terça-feira, 1 de janeiro de 2008

glamour decadente ao quadrado

Como podem lugares decadentes sobreviverem no mundo do luxo e glamour?

Ok, eu até curto um glamour decadente, mas em lugares caídos, não vendido como de luxo.

Fiquei em São Paulo na virada, tendo um final de semana tranqüilo, com reencontros no Outback e Salve Jorge, finalizando na Loca, para aproveitar que segunda poderia acordar tarde (aliás, adorei ser apresentado oficialmente ao screwdriver pelo Alê, tks querido).

A ceia foi em casa, com alguns membros da família se matando no bacalhau feito pela minha vó.

Hoje fomos todos almoçar no Mofarrej. A última vez que pisei por lá, ainda era Sheraton. Fazia um bom tempo.

Fiquei chocado com a decadência do lugar.

A comida do restaurante, agora chamado Windows, continua boa, mas pelo preço cobrado (talvez por culpa do reveillon), deixou de ser honesto. Ah, a vista continua deslumbrante e ajuda a encarar o estado atual do hotel como um todo.

A decoração totalmente over remete aos anos 80. Até aí tudo bem, é um estilo e por ser um hotel mais conservador, acaba agradando seu público alvo. Mas o excesso de dourados e espelhos cansam.

No restaurante então, o carpete com motivos persas é de doer. Nesse ponto o Terraço Jardins Renaissance dá de 10. Mas em um embate entre os dois, o Windows leva pela vista.

Os elevadores são escuros e igualmente cheios de dourados e espelhos.

Nos quartos o dourado diminuiu. Pelo menos no andar denominado American Express, onde tinha tios hospedados. Mas a pintura dos corredores era tão marreta, chegava a chamar a atenção.

Apesar de ser uma suíte e ter até lavabo, o banheiro do quarto tinha uma banheira minúscula, daquelas de motéis mulambentos (não que eu os freqüente, hehehe). Não havia sequer sistema de hidromassagem.

As televisões, tanto do quarto como da sala, eram normais, de 29 polegadas e a decoração típica das grandes redes, normal para um hotel que não pretende ser design. Mas os móveis pareciam um pouco gastos, precisando de uma bela geral.

Em compensação a vista era de tirar o fôlego. Na sala de jantar então, que ficava na esquina do Trianon com a a Jaú, a vontade era de ficar observando a cidade de cima pelo resto da tarde.

Hey marketing da Amex, chequem o andar patrocinado, afinal, normalmente só associam a marca com coisas realmente boas. Beleza, o andar é de suítes, mas tem de ter ao menos uma pintura decente nas paredes.

Para finalizar a decadência, fomos tomar um café no lobby antes de irmos. O que é aquele lobby?

Tinha um sofá com almofada rasgada e outro forrado com um tecido sintético horrível, lembrava uma mistura de plástico com curvim.

Fomos embora em três carros, mas vinha um por vez, afinal, um manobrista basta para um hotel de luxo.

Com relação aos quartos, outros hotéis em São Paulo têm vistas semelhantes, por preços idem. Já restaurantes, pelo menos na região dos Jardins, não conheço. Talvez o The View, apesar de ter mais cara de bar do que restaurante, preciso ir conhecer lá.

Ainda não me conformei como a forma de tratamento dada pelo Melia ao Mofarrej. Tive a mesma sensação de quando fui há uns dois anos ao Maksoud, depois de mais de uma década, em um evento da Polícia Civil, e o auditório literalmente cheirava mofo. Não conseguia acreditar ser o mesmo lugar onde se comia maravilhosamente bem no Vikings e se tinham super festas no finado 150 (onde só consegui entrar com meu primo na última vez que passamos o ano lá).

Devem sobreviver somente por estarem bem localizados, ou talvez pela clientela de antigamente pega de surpresa, como aconteceu com meus tios.

Como a superstição diz ser a virada o que vai comandar o próximo ano, fico mais tranqüilo.

Um 2008 animal para todos!!!

9 comentários:

jacques disse...

pensei em passar o reveillon na loca tb, mas de última hora pintaram duas festas de amigos. e eu amo festinha em apê, cara.

beijos!
feliz 2008.

Lúcia BL disse...

oi, ludo!

eu me sinto como você no maksoud hoje... no 150 tive o luxo de assistir a paquito d'rivera, cab calloway, carmen mcrae!

essas decadências sem elegância nos confirmam a lei da entropia: deixado a sua própria natureza, tudo caminha para o caos e a desordem, rs.

eu amaria fazer muitos girls' night out com a libanesa... mas no começo de fevereiro ela se muda pra dubai...e por três anos! :( quem sabe eu não faço logo uma nova amiga que seja girls' night out material?

2008 de muita lux pra você!

e beijo grande!

Beta disse...

"lembrava uma mistura de plástico com curvim" CREDO!!
e eu espero q a virada nao tenha nda a ver com o meu ano.... dia 31 definitivamente nao foi o MEU dia..
mas enfim... feliz 2008!
beijo

Alexandre Lucas disse...

A Louca foi mesmo uma aventura recheada de boas risadas e poucos micos, considerando o avançado da hora e o teor etílico. Obrigado pela diversão e companhia :)

André Mans disse...

a sua discrição me remeteu a Tina Pepper. Lembra dela...

Alexandre Lucas disse...

E uma correção, o screwdriver foi na virada de 30 para 31 e não na virada de ano. Não virei o ano lá :)

Anônimo disse...

também passei em SP
mas foi chato de mais...

enfim... que venha 2008!!!

ludo disse...

Isso Ale. A Loca foi no domingo.
Na virada fiquei em casa, sem baladas.

Alberto Pereira Jr. disse...

adorei a descrição de "motéis mulambentos"?.. mesmo sem vc os frequentar, elas foram beeem reais.. hehehe

viajei com a família no ano novo..

as vezes q fiquei em sp na virada foi uma coisa muuuito familiar.. ceia em casa.. fogos no bairro..

quero badalar em sp numa próxima ocasiao

beijaoooo