Pois bem, mormo é uma doença infecto-contagiosa dos cavalos, burros e mulas e se, cura. Ela se manifesta por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, nos pulmões e nos gânglios linfáticos. Quando detectada a doença, o animal precisa ser sacrificado. E aí está o problema de uma eventual epidemia.
Erradicada em toda a Europa e demais países civilizados, não havia há 40 anos qualquer registro de mormo no Estado de São Paulo. No Brasil, se encontravam casos isolados, por vez ou outra, no Norte e no Nordeste, mas não nos grandes centros.
Caso não se lembram, em duas semanas se iniciaria o CSI São Paulo Athina Onassis International Horse Show, que esse ano será a final do Global Champions Tour, cuja premiação, apenas na etapa de São Paulo, ultrapassa o milhão de euros.
Será a prova de hipismo com a maior premiação da história do Brasil e isso reunirá grandes ginetes e seus cavalos de milhões de euros, como Nick Skelton, Meredith Michaels-Beerbaum, Marcus Ehning, Luciana Diniz, Ludo Philippaerts, além dos brasileiros Doda,
Se já era difícil convencer os proprietários a liberarem os seus cavalos para saltarem nos trópicos, em um pais onde até a água os cavalos gringos estranham, imagina com uma situação dessas, onde seu precioso correrá riscos de ficar preso e quiça ser sacrificado, caso venha a ter contato com algum animal com essa doença.
Sim, a notícia está correndo o mundo e todos estão apreensivos. Sexta-feira, enquanto o Almada recebe o título de cidadão paulistano, vai rolar uma reunião do Ministério da Agricultura da Comunidade Européia para determinar se vão liberar ou não os animais.
Por ora, apenas a data está alterada, atrasando o evento em uma semana, desde que a Europa libere o retorno dos animais sem maiores delongas.
A Hípica Paulista montou um plano de ação para garantir o isolamento de todos os cavalos que virão da Europa, garantindo assim a preservação deles, causando a ira no pessoal daqui, pois, TODAS AS PROVAS NACIONAIS foram canceladas e somente poderão participar do concurso cavalos vindo da Europa.
Tudo indica que deverá haver alguma quarentena quando os cavalos retornarem para a Europa. O prazo dele irá influenciar na decisão de embarcarem para cá. Assim como a segurança a ser passada para os proprietários. Talvez um bom seguro resolva isso.
De qualquer maneira, o evento acaba perdendo um pouco do seu brilho e o Brasil, mais uma vez, demonstrando ser um país amador com relação ao controle dos seus animais (além de claro, deixar os sócios da hípica ainda mais putos com tudo isso, porque não vão poder sequer dar pinta nas pistas).